Rumo a uma cidade neutra em carbono, resiliente, competitiva, justa e participativa.
2022
Pacto do Porto para o Clima
Reconhecendo que:
- As alterações climáticas atuais e projetadas para o curto e médio prazo exigem elevados
investimentos públicos e privados em medidas de adaptação para o futuro, quer dos
territórios, quer das infraestruturas e das atividades económicas. - A estabilidade do sistema climático global mantém-se em risco como consequência do
aquecimento global provocado pela continuidade das emissões de Gases com Efeito
de Estufa (GEE) das atividades humanas. - Para evitar uma rotura do sistema climático planetário, com consequências imprevisíveis
ao nível dos ecossistemas e dos tecidos económicos e sociais, urge um alívio célere de
GEE na atmosfera global. - Vivemos um desafio global que exige medidas disruptivas e visionárias, transformadoras
e ambiciosas que minimizem drasticamente as emissões, assegurando o caminho para
a neutralidade carbónica das sociedades. - A neutralidade carbónica só pode ser abordada com sucesso através de intervenções
transversais e multinível, desde o nível pessoal, organizacional, local, regional, nacional
ao global, sendo de destacar a atual responsabilidade socio-ambiental de muitas
organizações e uma consciência ambiental crescente por parte dos cidadãos. - A União Europeia tem assumido a liderança nesta matéria, sendo que os Estados
Membros devem fixar a meta de 55% de descarbonização em 2030 e a neutralidade
carbónica em 2050. - A nível nacional, a Lei de Bases do Clima, aprovada pela Assembleia da República em
novembro de 2021, estabelece uma redução das emissões de pelo menos 55% até 2030,
65% a 75% até 2040 e pelo menos 90% até 2050 (prevendo possível antecipação para
2045). - Enquanto espaços centrais da atividade humana, as cidades são alavancas chave para
garantir o cumprimento das metas de descarbonização, pelo que as autarquias locais,
enquanto nível de governação mais próximo dos cidadãos, são os principais motores
de articulação de atores locais para a descarbonização. - O Município do Porto tem mantido, desde 2008, uma monitorização detalhada das
emissões de GEE da cidade e a sua respetiva origem, e tem acompanhado e
ultrapassado as metas de descarbonização nacionais e europeias, tendo sido
estabelecido o compromisso de redução de 60% de GEE até 2030. - A redução estimada de emissões de GEE na cidade do Porto atingiu 52,2% em 2020
(face ao ano base de 2004), em parte como resultado das medidas nacionais de
descarbonização da produção de energia elétrica, o que coloca a cidade próxima
de atingir a meta definida para 2030. - O papel do Município do Porto na descarbonização da cidade tem sido sistemático,
mas limitado, já que os edifícios/ativos municipais são apenas responsáveis por 6% das
emissões totais de GEE.