Centro de Informação do Medicamento, 29 outubro 2024
Impacto Ambiental dos Medicamentos: Eco Prescrição e Ecofarmacovigilância
A crise climática afigura-se como um dos desafios mais prementes do século XXI. O Acordo de Paris, um tratado de natureza vinculativa, compromete as nações a alcançar o objetivo de longo prazo de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC, em comparação com os níveis pré-industriais. Este acordo, que entrou em vigor em 2016, foi até agora ratificado por 190 países.
Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) advogou que os sistemas de saúde devem “melhorar, manter ou restaurar a saúde, enquanto minimizam os impactos negativos no meio ambiente e aproveitam as oportunidades para restaurar e melhorar o meio ambiente, em benefício da saúde e do bem-estar das gerações atuais e futuras.” Já em 28 de julho de 2022, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu um novo direito humano: o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável.
Apesar destes acordos, as alterações climáticas e a degradação ambiental continuam a agravar-se e a representar uma ameaça significativa à saúde humana, sendo atualmente responsáveis por cerca de uma em quatro mortes a nível global. Não obstante, a saúde não só sofre os impactos desta crise, como o próprio sistema de saúde contribui de maneira significativa para o problema, sendo responsável, em Portugal, por 4,8% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Cerca de 70% têm origem na cadeia de abastecimento dos hospitais.