Público, 8 outubro 2024
A pegada carbónica no sector da saúde em debate
Este é o tema da 2ª edição da conferência “Healthy Planet, Healthy People”, onde serão abordados os bons exemplos internacionais e deixadas recomendações de um Documento de Consenso.
Quem tem doenças respiratórias ou alérgicas, como asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), recorre com frequência a inaladores pressurizados doseáveis (MDI). Talvez não saiba é que, sempre que os usa, está a libertar gases para a atmosfera e que estes têm um impacto ambiental muito significativo. O seu consumo só em Portugal equivale a 30 mil toneladas de CO2, a pegada de 150 viagens transatlânticas entre Londres e Nova Iorque. Para capturar estes gases da atmosfera teriam de ser plantadas anualmente mais de 1,3 milhões de árvores (ou um Parque de Monsanto).
Esta é também uma realidade ainda desconhecida de cerca de 47% dos médicos que responderam ao inquérito sobre o impacto ambiental dos inaladores e que foi publicado na Acta Médica, no início de Setembro. O trabalho de investigação do Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA), a Sociedade Portuguesa de Pneumologia e a Associação Respira realizou um inquérito a 348 especialistas médicos, tendo 70% deles referido que não consideram aspectos ambientais aos prescreverem inaladores. E 15% identificaram erradamente os inaladores de pó seco (DPI) como sendo os mais poluentes.